A Alma Interna e a Alma Externa
- Day Iglesias
- há 5 dias
- 3 min de leitura

A Alma Interna e a Alma Externa: Uma Reflexão Profunda com Machado de Assis
Você já se perguntou quantas versões de si mesmo carrega no dia a dia?
Machado de Assis, um dos maiores escritores da literatura brasileira, propôs uma teoria ousada em seu conto O Espelho: cada ser humano carrega duas almas — uma interna e outra externa.
Neste artigo, convido você a refletir comigo sobre essa dualidade da alma humana e o que ela revela sobre nossas relações, nossa identidade e até mesmo sobre o modo como nos enxergamos diante do espelho… e diante dos outros.
💡 O conto: uma fábula filosófica disfarçada de conversa
Publicado em 1882, O Espelho nos apresenta Jacobina, um homem simples que vive uma experiência existencial profunda. Ao se isolar em uma casa vazia por alguns dias, ele começa a sentir que perdeu a si mesmo. A única coisa que o reconecta à sua identidade é… um espelho e uma farda.
É nesse momento que ele compreende: há em cada pessoa duas almas.
A alma interna: silenciosa, pessoal, sensível — aquilo que somos no íntimo, quando ninguém está olhando.
A alma externa: visível, construída, social — aquilo que os outros veem em nós, aquilo que vestimos, mostramos, representamos.
👁️ A importância do olhar do outro
O conto nos leva a uma provocação delicada: será que conseguimos existir plenamente sem sermos vistos?
Quando Jacobina está só, sem uniforme, sem função social, sem olhares — ele sente que uma parte de sua alma se apagou. Ao vestir a farda de alferes e ver-se no espelho, essa parte retorna. O uniforme, nesse caso, não é apenas roupa — é símbolo de identidade pública.
Machado nos lembra: por mais que cultivemos um mundo interior rico, vivemos em sociedade — e, em alguma medida, precisamos do reflexo do outro para nos reconhecermos.
🪞 O espelho como metáfora da vida moderna
Hoje, mais do que nunca, vivemos cercados por espelhos: câmeras, selfies, redes sociais, feedbacks. Mas será que isso nos aproxima de quem realmente somos — ou apenas reforça a alma externa?
Você se sente mais “você” quando está sozinho(a)? Ou quando é elogiado(a) pelos outros?
O quanto da sua identidade depende da validação externa?
E se, por um instante, não houvesse ninguém olhando… quem você seria?
✍️ Minha interpretação pessoal
Esse conto é uma verdadeira aula de psicologia existencial disfarçada em poucas páginas. Ao ler O Espelho, fiquei com a sensação de que ele fala tanto sobre o século XIX quanto sobre o nosso agora.
Vivemos tempos em que a imagem pública ganha mais peso que a essência, mas a busca por autenticidade nunca foi tão urgente. A alma externa pode nos abrir portas — mas é a alma interna que sustenta quem somos quando tudo desmorona.
📚 Para aprofundar
Se você se interessa por temas como identidade, vaidade, imagem social e essência, recomendo que leia o conto completo (disponível gratuitamente na internet — domínio público). E mais: leia com calma, como quem olha no espelho e tenta enxergar além do reflexo.
✨ Conclusão
Somos feitos de muitas camadas. Algumas delas são visíveis, outras, invisíveis. A genialidade de Machado de Assis está em nos lembrar que, para viver com verdade, precisamos equilibrar essas duas almas. Nem só aparência, nem só essência — mas o diálogo entre ambas.
“O espelho não mente. Mas também não mostra tudo.”
Se essa reflexão fez sentido para você, compartilhe este artigo com alguém que também esteja em busca de si mesmo. E me conta nos comentários: qual das suas duas almas tem falado mais alto ultimamente?