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Pedagogia, Andragogia e Heutagogia

Foto do escritor: Day IglesiasDay Iglesias

Pedagogia e Andragogia são iguais? Muitos autores colocam esse assunto como uma rivalidade, uma rixa entre dois conceitos, mas nós aqui, trataremos como duas especialidades que podem ser utilizadas na educação. A principal diferença é que uma é destinada para crianças e adolescentes, já a outra é voltada para a educação de adultos.

Tanto a Pedagogia, como a Andragogia, consideramos como parte das Ciências Agógicas, que você pode entender melhor o conceito neste artigo. Ambas são educação, cada vertente voltada para orientar um ‘público’ específico. Vou começar respondendo duas perguntas que recebo frequentemente: “Ah, então quer dizer que a Pedagogia não é voltado para ensinar adultos?”; “Se sou pedagogo, quer dizer que não sei ensinar alguém com mais de 18 anos?” A questão não é essa. Sim, você pode ter cursado Pedagogia e ser um excelente professor. A questão é, os métodos utilizados pela Pedagogia “Tradicional” não são tão eficazes e auto-dirigidos para alunos adultos, não pela falta de alguma habilidade do professor e sim, pelo perfil e exigências dos alunos que estarão em sala de aula. No sentido tradicional da palavra (paidos + agogos = orientar/conduzir criança), a pedagogia é focada na autoridade, “top-down“, em que uma figura central tem controle total (ou quase total) sobre a experiência de aprendizagem de uma criança. É o educador que ‘decide’ o que, como, quando e onde as crianças irão aprender determinado conteúdo, e os aprendizes, por não terem tanta autonomia em sala de aula, aceitam o que lhes é oferecido. Os adultos têm o controle sobre grande parte da sua experiência de aprendizagem (dentro e fora da sala de aula) e devem ser motivados a aprender. Muitas vezes podem buscar experiência de aprendizagem por vontade própria, mesmo fora da instituição, o que é muito comum quando um aluno adulto não enxerga significado naquilo que está sendo transmitido pelo educador. Os métodos de ensino utilizados na pedagogia são muito mais sobre a transferência de conhecimento fundamental, e não o discurso sobre a prática, a aplicabilidade do saber. Na educação de adultos, talvez o conteúdo que o professor pretenda transmitir (com base em um currículo pré-definido) já seja de conhecimento do aluno e a necessidade seja de entender em como aplicar isso na prática, em uma realidade profissional. Infelizmente no Brasil não temos uma formação para professores com foco na Andragogia, para podermos comparar qual formação é mais ou menos eficiente. Tanto é que não se encontra um curso superior, ou até mesmo técnico, para “Andragogos“. Quem decide se especializar na educação de adultos, o faz por conta própria, em livros (na grande maioria em outro idioma), em pesquisas e nas práticas diárias em sala de aula. Talvez isso reflita um pouco na evasão nas universidades brasileiras, que segundo estudos de 2010/2011, ultrapassavam 20% (o número aumentou de lá para cá). Concordo que a carga horária é pesada, principalmente para quem trabalha, o custo as vezes é altíssimo, mas grande parte das desistências se deve ao desinteresse pelos conteúdos ensinados em sala de aula e na didática utilizada. Se mais de 1 em cada 5 estudantes estão desistindo dos cursos acadêmicos, talvez seja a hora de repensarmos quem está ensinando e a forma com que estão fazendo. Já vimos em outros artigos as vantagens em se utilizar a Andragogia, mas deixo aqui especificamente, as principais diferenças entre as duas ciências da educação, na visão de Malcolm Knowles. O trecho a seguir é retirado do livro The Modern Practice of Adult Educacion (A Prática Moderna da Educação de Adultos), publicado pelo “Pai da Andragogia” em 1980, uma ótima leitura (400 páginas) e que consideramos como fundamental para qualquer educador de adultos.


Heutagogia: aprendizagem autodirecionada Bellan (2008) acredita que as instituições educacionais e corporativas necessitam (e por vezes exigem) uma aprendizagem rápida e flexível que permita desenvolver a capacidade de aprender por si mesmo e aprimorar as habilidades pessoais de seus colaboradores. A modalidade EaD surge nesse contexto com uma alternativa viável, por sua flexibilidade de espaço, tempo e diversidade de perfil de seus aprendizes. Em um ambiente tão diversificado, é importante considerar as analogias e diferenças entre a aprendizagem de adultos (Andragogia), de crianças (Pedagogia) e de grupos com necessidades mais específicas, defendidas pela Heutagogia, conforme destaca Almeida (2003, p. 105): O conceito de heutagogia (heuta – auto, próprio – e agogus – guiar) surge com o estudo da autoaprendizagem na perspectiva do conhecimento compartilhado. Trata-se de um conceito que expande a concepção de andragogia ao reconhecer as experiências cotidianas como fonte de saber e incorpora a autodireção da aprendizagem com foco nas experiências.


Fonte e referências:


– Beck, C. (2014). Pedagogia e Andragogia são iguais? Andragogia Brasil. https://andragogiabrasil.com.br/pedagogia-e-andragogia-sao-iguais/

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Dayane Iglesias

Profissional com mais de 20 anos de experiência em Marketing, comunicação corporativa e Marketing digital.

Graduada em Propaganda e Marketing, Pós-graduada em Administração de Marketing com Especialização em Gerência de Projeto PMI, Habilidades Gerenciais e MBA em Gestão Empresarial
Tive a oportunidade de trabalhar com mais de 50 marcas e diferentes plataformas: mobile, tablets, outdoor, tv, rádio, revistas, jornais e Internet, para empresas de todos os portes.

Linkedin: www.linkedin.com/in/DayaneIglesias

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